A equipe do Corpo de Bombeiros também sofreu ataque de abelhas africanas quando tentava resgatar a idosa Tereza Joaquina, 73, que morreu quando foi atacada por um enxame na tarde da terça-feira, 9, no povoado Porto do Mato, no município de Estância. De acordo com o sargento Raimundo dos Santos, que participou da operação para resgatar a idosa, as abelhas estavam muito agressivas. “Esta raça de abelha é considerada a mais perigosa. Mesmo protegidos com roupa de apicultor vestida por cima do fardamento, dois bombeiros receberam picadas na cabeça e no corpo”, contou o sargento.

Para auxiliar a equipe dos bombeiros, dois apicultores entraram no manguezal onde a idosa se encontrava. O local é de difícil acesso, conforme relatos do bombeiro militar. “No trajeto de saída, em que o mangue começou a ficar mais fundo, nossas pernas atolaram na lama. Mas conseguimos seguir adiante”, comentou.

A equipe do Corpo de Bombeiros recebeu informações dos moradores daquela região sobre a existência de quatro enxames grandes, o que coloca a comunidade em risco. “Tenho quase 30 anos de bombeiro e esta é a primeira ocorrência desta natureza, de resgate de corpo de vítima morta por picada de abelhas”, ressalta o profissional.

Catadora de aratu

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, a idosa Tereza Joaquina estava catando aratu no manguezal, em região de difícil acesso. A idosa estava com a nora quando sofreu o ataque das abelhas africanas. A nora dela conseguiu escapar e saiu em busca de socorro. Os bombeiros do 2º Grupamento do CBMSE, sediado em Estância, foram acionados e percorreram um caminho de 3 km até a entrada do mangue.

Quando os bombeiros chegaram no local indicado não tiveram mais opções. A vítima já estava sem sinais vitais, com o corpo marcado por ferroadas, e se encontrava a uma distância aproximada de 50 metros da colmeia. Conforme informações da assessoria do Corpo de Bombeiros, os próprios bombeiros fizeram o resgate, percorrendo, a pé, de cerca de 200 metros, transportando o corpo da idosa, em sentido contrário ao enxame, até alcançar o Povoado Porto N’Angola.

Por Cássia Santana