José Everton, 34, é casado, mora no Bairro Bomfim, tem dois filhos, um de onze e outro de seis anos.

Lutando contra um câncer há 6 anos, com dois transplantes de medula óssea e uma rotina quadrimestral de viagens para o HB – Hospital de Base, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, essa é uma tenência na vida de José Everton de Jesus Sales,34, paciente que teve sua imagem saturada nas últimas horas nas redes sociais após veiculação de um vídeo onde ele desce de uma ambulância da Prefeitura de Estância em frente ao Aeroporto de Santa Maria, na capital sergipana. Após as especulações, o Diário Sergipano conversou com exclusividade com Evertom que manifestou sua indignação com os comentários descabidos que foram feitos por pessoas que não sabiam a realidade e antes de conhecer os fatos fizeram juízo de valores.

“Viajei meia noite do dia 31 até Aracaju, e às 3h peguei o vôo para são Paulo, viagem que faço a cada 4 meses para realizar exames para poder controlar a doença que tratei. Passei por 2 transplantes de medula e em deles, minha irmã, essa que falou com você, foi minha doadora”, disse o paciente.

Imagens da campanha realizada antes do transplante

Questionado sobre a repercussão do transporte, Everton deixou claro a importância dele em seu tratamento e a forma que o processo é feito.

“Fiquei bastante chateado ao ver minha imagem sendo usada de maneira negativa. Esse transporte é muito importante para mim, sem ele, não consigo chegar no horário e nem continuar com o tratamento iniciado há 6 anos no HUSE. Não tenho veículo e não posso pagar um taxi de Estância para Aracaju nos horários que tenho vôo marcado”, disse o rapaz, elogiando o processo interno do poder público municipal.

“Eles sempre me atenderam super bem. Nunca me deixaram na mão. Esse transporte só pode acontecer com relatório médico e parecer jurídico. Tenho que marcar sempre antes para realizar a viagem. Eu vou pessoalmente até o setor de transporte no SESP e marco as viagens, sempre com relatório em mãos e passagem carimbada pelo governo estadual mostrando que é TFD – Tratamento fora de domicílio. As coisas acontecem sempre de maneira responsável”, completou.

Niely Sales, doadora da medula para o irmão.

Em conversa com o DS, Niely Sales, que doou a medula para o seu irmão, destacou sua tristeza com a repercussão do caso.

“Achei que as pessoas não sabem nada referente aos assuntos e que precisam ter mais informações sobre isso”, disse.

Por orientação médica, Evertom viaja sempre com um acompanhante, justamente o rapaz que aparece no vídeo carregando as malas.

“Para viajar preciso de acompanhante. Os médicos ainda tem medo que viaje só”, enfatizou o paciente.