O corpo da sergipana Camila Cassimiro da Conceição, de 32 anos, que morreu após dar à luz trigêmeos em Itajáí (SC) foi sepultado no final da tarde deste sábado (30).

Segundo a família, o velório e sepultamento aconteceram no povoado Assentamento Sete Brejo, no município de Indiaroba, onde Camila nasceu e moram seus pais e alguns familiares.

As três crianças nasceram de 36 semanas de parto cesariana na terça-feira (26). Um dia depois, a unidade de saúde divulgou uma nota afirmando que Camila teve sangramentos e passou por uma cirurgia de emergência. Na quinta, a administração comunicou a morte da mãe.

Segundo o pai das crianças e companheiro de Camila, José Cleber Xavier Cardoso, de 34 anos, poucas horas após o parto ela falou que estava sentindo fraqueza. De acordo com ele, a equipe médica identificou um sangramento.

Os trigêmeos já receberam alta e estão com a família e as outras irmãs, de 13, 11, e as gêmeas de 3 anos.

Sonho interrompido

Camila Cassimiro sonhava em ter um emprego digno junto com o companheiro e educar as filhas. Em busca de melhores oportunidades de trabalho, saiu de Indiaroba (SE) para morar em Itajaí, no Vale de Santa Catarina, há cerca de dez anos. Na quinta-feira (28), quase dois dias depois de dar à luz trigêmeos, ela sofreu uma hemorragia e não resistiu às complicações. Deixou os recém-nascidos e quatro meninas.

Na primeira e segunda gestações, Camila teve duas meninas. Na terceira vieram as gêmeas e na quarta, os trigêmeos. A gravidez não foi planejada — tanto que antes de fazer o teste ela achava que estava com coronavírus —, mas o casal, passado o susto, ficou radiante, ainda mais quando soube que teria o primeiro menino, esperado desde a chegada da primogênita.

O companheiro de Camila e pai dos sete filhos, José Cleber Xavier Cardoso, 34, trabalha como pedreiro e mora com a família em uma casa alugada, de dois quartos, no bairro Murta. Eles se conheceram no interior de Sergipe e estavam juntos havia 13 anos.

Quando vieram a Santa Catarina em busca de uma vida melhor, tiveram o apoio de boa parte da família do José Cleber, já que também vivem na região outros quatro irmãos dele.

Trigêmeos

Com a pandemia e sem conseguir vagas na creche para as pequenas, Camila se tornou dona de casa, e fez artesanato para ajudar na renda para comprar o enxoval. Ao saber da nova gravidez, teve ajuda de familiares e conhecidos, que doaram muitas roupas e itens essenciais.

Antes de ir para o hospital, a sergipana colocou um berço no quarto do casal e outro na sala. As meninas ficaram com a tia, que mora na mesma rua, para a internação da cesárea que estava agendada para ser feita sem preocupações. “Ela estava confiante que ia voltar para casa com eles, que ia dar tudo certo”‘, diz Jucileide Cardoso, tia dos bebês.

Morte repentina

Os familiares dizem não entender o que houve com Camila, já que o parto ocorreu sem complicações e que os quatro estavam bem após o procedimento. Ela chegou a se alimentar e beber água, para então começar a se queixar de fraqueza. Depois, a mulher precisou passar por uma cirurgia de emergência e foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Ela desceu, aí eu não pude descer, eu aí já não vi mais nada, não consegui acompanhar ela, não fiquei junto com ela”, lembra o companheiro.

Em nota, o Hospital Marieta Konder Bornhausen explicou que depois do parto, Camila teve complicações hemorrágicas, “havendo necessidade de uma nova intervenção cirúrgica, de emergência”. O útero teria sido retirado, mas a gravidade do caso impediu a recuperação. A morte ocorreu na UTI e a causa não foi revelada.

Por: SE Notícias – Com informações G1SC