Com a alta no número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus em Sergipe, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) está com cerca de 4 mil amostras de testes para a Covid-19 aguardando resultado. Além disso, todos os dias, uma média de mil novos exames chegam ao local para análise. A informação foi passada nesta quinta-feira (17) pelo superintendente do órgão, Cliomar Alves.

Na terça-feira (15), o estado ultrapassou a marca de 100 mil casos da doença. Desde novembro, o laboratório voltou a funcionar 24 horas por dia. As amostras da rede hospitalar devem ser encaminhadas de segunda a sábado e feriados: das 7h às 16h. Já aos domingos, a unidade recebe o material das 7h às 13h. O tempo mínimo de liberação é de 24 horas, com prioridade para casos graves, como o de pessoas internadas.

“A sorologia [exame rápido] é um teste mais simples, em que um equipamento vai fazer a leitura. Já o de biologia molecular [RT-PCR] é mais complexo, que precisa de várias etapas: extração de material genético, pré-processamento e amplificação e leitura da amplificação. Então, uma mostra passa 12 horas, no mínimo, processando. Por isso que a gente pede, no mínimo 24h para liberar resultados”, explicou Alves.

No último dia 14, 1900 amostras foram enviadas para a Fiocruz, em Salvador (BA), como forma de acelerar a divulgação dos resultados.

Uma dificuldade que o laboratório enfrenta é a contaminação da própria equipe. Até o momento, 11 já testaram positivo para a Covid-19 e foram afastados. “Eles estão retornando aos poucos. Estamos com 9 afastados”, disse o superintendente.

Por causa disso, do aumento de casos em todo estado e prevendo o baixo isolamento social durante as festas de fim e início de ano, o Lacen aguarda a chegada de mais 4 biomédicos e 6 técnicos de laboratório para reforçar a equipe, que atualmente conta com 45 funcionários.

Cada fase da doença exige um tipo de teste

De acordo com Cliomar Alves, cada fase da infecção pelo novo coronavírus exige um tipo de teste — o RT-PCR, conhecido como o do cotonete, ou o teste rápido, que coleta uma amostra de sangue.

“Um paciente com sintomas só vai fazer a coleta do PCR se estiver do 3º ao 7º dia dos sintomas. É quando encontra o vírus dentro dessa amostra. Após esse período é a sorologia ou o teste rápido. Vai encontrar IGM nos primeiros dias e após os 14 dias pode-se encontrar IGG”, explicou.

O contato com o vírus, seguido da recuperação, não é garantida de imunização. Há casos de reagudização do vírus ou mesmo de reinfecção. Por isso, o ideal é que se mantenha o isolamento social.

Sergipe está com taxa de transmissão de 1.87, que significa que cada 100 pessoas podem contaminar outras 187. A pessoa infectada com o vírus pode transmiti-lo por um período de 10 dias.

“Devem ser contados 10 dias a partir da data dos primeiros sintomas. Ou para quem é assintomático, conta a partir da data da coleta. É importante o isolamento social. E não é indicado fazer nova coleta porque pode dar positivo por conta de resquício de RNA viral que ficaram nas nossas vias aéreas”, disse Alves.