O Clima entre os servidores do Hospital Regional de Estância está tenso e a situação bastante complicada. Somente na tarde desta quarta-feira,27, cerca de 10 servidores desta importante unidade de saúde de Sergipe entraram em contato com a redação do nosso portal para denunciar perseguição, precariedade, falta de estrutura, angústia, medo , insatisfação, descaso, humilhações e tantas outras situações vividas pelos trabalhadores que estão na linha de frente no combate ao Covid19. A redação do “Diário Sergipano entrou em contato com a direção do hospital no início da tarde, porém, até as 23h não havia recebido retorno.

“Não aguentamos mais essa pressão: Se não adoecermos do Covid19, iremos adoecer dos nervos. Quando não estão tirando a nossa vida, estão tirando nossa sanidade mental. Muitos colegas já estão afastados, contaminados pelo vírus e levando o perigo para suas residências”, destacou uma das servidoras.

Segundo as reclamações, a escala médica, a falta de estrutura e a inesperiência dos servidores contratados para o combate ao Covid também tem agravado a situação.

“Temos que cumprir  uma escala de 12h sem direito a comer, descansar, ir ao banheiro, porque  se for, já contaminou a paramentação, se tirar para vestir outra não tem. Inventaram lá dentro daquele lugar  uma copa, e um estar, no  fundo do corredor, sem saída, onde  para chegarmos até lá, passamos por todas as enfermarias onde estão os pacientes contaminados. Você tem coragem de comer num lugar desse onde a comida passou por esse corredor inteiro? Tem coragem de dormir, levando seus lençóis, e toalha para  tomar banho num lugar desse, onde as roupas que  usamos lá, as descartáveis, jogamos, e a privativa vai para a desinfecção. E nossos lençóis e toalhas? Vamos trazer para  nossas casas tudo contaminado?” indaga a servidora.

Ainda segundo a mesma fonte, o hospital não está ofertando EPI’s adequados e ainda obriga os trabalhadores a ficarem com os mesmos capotes de uma enfermaria para outra. Outra denúncia dos servidores  atinge diretamente a saúde dos pacientes.

“Pacientes desassistidos quando recebemos plantão por terem colocado profissionais sem experiência, os mesmos que  foram contratados para lidar com os pacientes do Covid-19.

Veja o que disseram os servidores em relação a outros tópicos:

Pagamento da Insalubridade:

“Prometeram que  por ser setor altamente insalubre, que iríamos receber 40% de insalubridade, e nada. Só os que foram contratados agora estão recebendo e os antigos, recebendo os mesmos 20%, trabalhando  ainda mais”, disse.

Escondendo a verdade?

“Esse caos vem acontecendo muito mais no turno da noite, pois durante o dia, quando alguém vai averiguar as denúncias, a coordenação não permite, e omite tudo, escondem a verdade. Socorro, pelo amor de Deus, nos ajude, não aguentamos mais”, disse uma das profissionais da saúde

Escalas de Trabalho:

“ Disseram que não repetiriam a escala,  e  algumas colegas em junho, vão continuar na mesma escala contra a vontade. Podemos enlouquecer, isso é absurdo, estamos vivendo num filme de terror. Socorro, não suportamos mais tanto descaso, tanto com os funcionários, quanto com os pacientes. Estou muito angustiada com essa situação, passando 12 horas sem ir ao banheiro com medo de contaminação . E sendo obrigada a assumir uma escala que não deveria assumir , soube que eles estão passando outra escala para o coren”, afirmou uma das enfermeiras..

UTI:

“A UTI, que eles tanto se gabam de ter aberto, toda vida desde a inauguração do hospital, que existe, a coisa mais linda do mundo, com leitos e equipamentos de primeiro mundo, e  nunca colocaram para  funcionar. Perderam tudo que  havia lá dentro. Agora, adquiriram ainda mais dinheiro, compraram tudo de novo, e abriram, aos trancos e barrancos, de qualquer jeito, com profissionais altamente sem capacidade, digo, porque muitas das meninas que entraram estagiaram no posto de saúde que trabalho, se formaram em novembro, a UTI que viram nas aulas foi  por cima, foi na teoria. Ligaram para  as mesmas, sem capacitação nenhuma para as coitadas, que  claro que  querem um emprego”, disse.

Desmotivados:

Eu, como minhas colegas, estamos fartos de todo caos  e  descasos  que acontecem diariamente no hospital destinado  ao Covid 19. A escala  está  desfalcada porque nós funcionários  estamos adoecendo  por falta de compreensão  da parte dos gestores que por sinal só sabem dá ordens. Falta profissionalismo, falta EPIs, temos  profissionais  sobrecarregados, profissionais desanimados, recebendo tão mal que  chega a ser desmotivador,  profissionais desqualificados para lidar com essa pandemia, afinal, foram contratados novos funcionários  para estar na linha de frente e  receber muito bem por isso, enquanto nós funcionários antigos estamos sendo jogados em escalas desordenadas, para trabalhar  por 12 horas num setor que nem requer ao menos um lugar de repouso digno. Somos humanos e queremos respeito para poder trabalhar  de cabeça erguida e  com compromisso por fazemos por nós  e  pelo próximo; Precisamos da ajuda de todos vocês porque só nós, alguns  da enfermagem,  não conseguimos sequer ser ouvidos, temos famílias que também precisam de nós. O hospital está maquiado de acertos quando na verdade tem muitos erros sendo  acobertados,  muito descaso com pacientes , muitos morrendo por falta de uma assistência adequada, estamos pedindo SOCORRO, não estamos aguentando, só quem trabalha lá dentro sabe o que realmente está acontecendo”, afirmou.

Mais uma vez, o Diário Sergipano, ciente da sua responsabilidade ética de ouvir os dois lados, ressalta que buscou junto a direção da unidade hospitalar as explicações para as denúncias do grupo de servidoras, no entanto, sem êxito. Reafirmamos o compromisso com o jornalismo sério e pautado  na abertura de espaço para ambas as partes, desta forma, nos colocamos mais uma vez  a disposição para eventuais explicações oriundas da direção deste conceituado hospital.

Por: Pisca Jr

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